
Cada dia mais as empresas e instituições estão mais conectadas e flexíveis. Após o “boom” da pandemia, muitas pessoas começaram a trabalhar de forma remota, o que trouxe enormes desafios para empregadores e empregados. Essa mudança de cenário tem seu lado positivo, claro; mas, junto com ela, vieram as preocupações relacionadas à segurança, que tem exigido muito cuidado e atenção de todo o mundo.
Com isso, cada vez mais as empresas tem investido na criação de áreas de Governança e Compliance. E não é só porque o assunto está em alta ou soa bonito. E sim porque estes setores tem trazido mais segurança jurídica, num contexto geral. No que se refere a atuação dos administradores, por exemplo: todos os processos encaminhados à decisão serão analisados por profissionais especializados na temática, conhecidos atualmente como Governance Officer e Compliance Officer.
Estes profissionais possuem uma visão transversal às atividades de todas as unidades técnicas da empresa e entendem bem o funcionamento das coisas, as dificuldades enfrentadas, bem como o contexto empresarial que impacta diretamente na análise e julgamento dos administradores ou gestores, dependendo da natureza jurídica da empresa.
De acordo com a professora de Governança Corporativa do Instituto Latino Americano de Governança e Compliance Público (IGCP), Roberta Castro, estas duas áreas trabalham com profissionais de várias formações, e, essa atuação multidisciplinar – considerando inclusive o alinhamento entre a gestão estratégica, gestão de risco e identificação de controles internos – possibilita a mitigação de erros e uma instrução concreta e técnica sobre os fatos que chegam à análise da Alta Administração.
“O funcionamento dessas áreas de atuação transversal, com agentes multidisciplinares, alimentam as decisões empresariais de forma mais justas, equitativas, eficientes, alinhadas ao propósito institucional e sustentáveis, principalmente, economicamente”, disse.
Além disso, a existência de uma área de Governança implica na centralização da inteligência técnica sobre as políticas, regras e normativos internos, impedindo que as decisões sejam tomadas em desconformidade legal.
Isso quer dizer que, com a profissionalização da empresa, ou seja, com a contratação de administradores, diretores e outros gestores, as regras, as normas e os valores empresariais devem ser demonstrados por meio de exigência documental e esclarecimentos sobre a forma governança e gestão, fazendo com que a vida pregressa desses contratados sejam minuciosamente analisadas em favor dos sócios ou dos acionistas.
Sem contar que a área de Governança prioriza a transparência e a prestação de contas de forma eficiente, fazendo com que se cumpra a execução dos planos estratégicos de negócio de direcionamento e controle dos sócios ou acionistas.
Isso evita conflitos de interesses internos, já que as diretrizes institucionais e estratégicas das empresas são repassadas no momento da nomeação, bem como avaliados periodicamente de acordo com o Código de Condutas da Empresa e demais Regimentos Internos da Empresa.
Além disso, por meio da área de Governança e Compliance, os sócios ou acionistas da empresa mantêm o centro de controle por indicadores de informações relacionadas a estratégicas, gestão de riscos, controles internos, bem como o clima e cultura institucional, a fim de que permitam que a empresa caminhe de acordo com a missão, visão e valores definidos pelos donos do negócio, após a devida instrução colaborativa das partes relacionadas.
Essa centralização de dados de monitoramento previne e reprime ameaças ou prejuízos à imagem e reputação empresarial, que podem arruinar o conceito da organização perante o mercado. Justamente por manter a lisura do processo decisório dos administradores e demais gestores da empresa sob a orientação dos sócios ou acionistas.
Já em relação à área de Compliance: sua relevância se dá em razão de ser uma unidade de prevenção, detecção, treinamento e repressão de atos de colaboradores ou fornecedores, por exemplo, que possam causar violação às regras e condutas da empresa. Diante disso, não há dúvidas que, o simples fato da empresa possuir uma área de Compliance – assim como de Governança – já se traduz em uma ação preventiva que mitiga riscos de averiguação de denúncias e fraudes internas que podem enfraquecer a continuidade da empresa perante o mercado e os clientes.
Vale destacar que o Compliance deixou de ser uma área meramente de averiguação de conformidade legal. Atualmente, ele prioriza ações de sensibilização e conscientização de partes interessadas da empresa a evitar processos disciplinares ou apuração de responsabilidade por atos lesivos ao patrimônio material e imaterial da empresa. Assim, a estruturação das unidades de Governança e Compliance oportunizam uma melhor reflexão técnica à decisão dos próprios administradores, quando do devido reporte, o que gera segurança e priorização do cumprimento do propósito institucional e não pessoal.
Ainda de acordo com a professora do IGCP, Roberta Castro, a criação e o fomento dessas áreas e temáticas detêm o condão de fortalecer a cultura e o clima empresarial entre direção, empregados e colaboradores da empresa, que, atentos e cientes da implementação e eficácia das boas práticas, assumem o protagonismo em defesa dos ideais e valores da empresa. Consequentemente, eles vestem de fato a camisa da empresa, colaboram para um ambiente propício aos negócios, investimentos, aumentos nas vendas, desejo e orgulho pela marca, entre outras vantagens.
A professora do IGCP, Roberta Castro, também tem um cargo de liderança no METRÔ do Distrito Federal. Ela trabalha na Superintendência de Governança e Controle Interno. E, para ela, o alinhamento estratégico, o controle, o monitoramento e as diretrizes primordiais que a governança assegura às empresas na execução do objeto social, resguarda os direitos dos sócios ou acionistas.
Para ela, a boa reputação, perenidade no mercado e crescimento responsável e sustentável, sem prejudicar a necessária lucratividade empresarial, são consequências de um alinhamento entre órgãos de administração e órgãos de execução, com a devida transparência, fiscalização e prestação de contas, a fim de entregar resultados aos sócios ou acionistas e à própria sociedade. Dessa forma, a administração da empresa é desvendada a novos investimentos, credibilidade e crescimento.
Em outras palavras, a implementação das áreas de Governança e Compliance são extremamente relevantes e podem aumentar a produtividade das empresas. Já as funções de Governance Officer e Compliance Officer podem salvar projetos e empresas que dependem de estruturação organizacional, gestão e integridade para aumentarem suas entregas de forma inovadora com atuação crível e moral de seus sócios ou acionistas e executivos.
Assessoria de Comunicação do IGCP